quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Explicativo dos 7 Toques de Mestre Bimba

Explicativo dos 7 toques de Mestre Bimba

Os sete toques da capoeira regional:

IÚNA: Este toque foi baseado no canto do pássaro Iúna. É um jogo mais dentro e contínuo, executando movimentos de "floreio", e apenas os mestres e formados podem participar nesse jogo. Durante a sua execução utilizam apenas os instrumentos, e não se canta.

AMAZONAS: É o toque festivo, usado para saudar mestres visitantes de outros lugares e seus respectivos alunos. É usado em batizados e encontros.

CAVALARIA: É o toque de aviso ou de alerta. Sua origem remonta ao tempo da proibição da capoeira, quando era empregado para denunciar a presença da polícia montada, do chamado esquadrão da cavalaria. Um capoeirista postava-se num lugar estratégico e, ao divisar a polícia, imitava o tropel dos cavalos no berimbau e a roda transformava-se em "inocente brincadeira".


SANTA MARIA: É utilizado geralmente apenas em apresentações e relaciona-se ao jogo de navalha, faca ou facão.

BANGUELA: É um jogo lento, solto, floreado e bastante disputado, que foi introduzido para poder jogar com os angoleiros.

IDALINA: Neste toque não há um tipo característico de jogo claramente definido, sendo que, às vezes prevalece na "performance" dos jogadores uma certa teatralidade que remete à conquista amorosa.

SÃO BENTO GRANDE DE BIMBA: Neste jogo requer um jogo pelo alto, solto e rápido com golpes explosivos e traumáticos.

Sequencia de Mestre Bima

Sequencia de Mestre Bimba


• Sequência 1

Aluno A

Meia Lua de Frente Direita
Meia Lua de Frente Esq. - Armada

Rolê

Aluno B

Cocorinha
Cocorinha - Negativa
Cabeçada


• Sequência 2

Aluno A

Queixada Direita
Queixada Esquerda
Cocorinha - Benção

Rolê

Aluno B

Cocorinha
Cocorinha - Armada
Negativa
Cabeçada

• Sequência 3


Aluno A

Martelo Direito
Martelo Esquerdo
Cocorinha - Benção

Rolê

Aluno B

Defesa do Martelo
Defesa do Martelo - Armada
Negativa
Cabeçada



• Sequência 4

Aluno A

Godene
Galopante
Negativa
Cabeçada

Aluno B

Bloqueio
Esquiva - Arrastão

Rolê



• Sequência 5

Aluno A

Arpão

Rolê

Aluno B

Trava - Cabeçada - Negativa Cabeçada


• Sequência 6


Aluno A

Meia Lua de Compasso
Cocorinha - Meia Lua de Compasso Cocorinha - Aú

Aluno B

Cocorinha - Meia Lua de Compasso Cocorinha - Meia Lua de Compasso



• Sequência 7


Aluno A

Armada
Cocorinha - Benção

Rolê

Aluno B

Cocorinha - Armada
Negativa
Cabeçada



• Sequência 8


Aluno A

Benção

Rolê

Aluno B

Negativa
Cabeçada

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A ausência de vozes femininas na Capoeira

A ausência de vozes feminina na Capoeira

No mundo da capoeira a mulher está chegando, jogando e conquistando seu espaço. No mundo da música, está lado à lado com o homem, cantando, tocando, se destacando e fazendo muito sucesso. Mas porque será que, quando se trata da música na capoeira, a situação é tão diferente?

Carolina Soares Sim, na roda a mulher canta, a mulher toca pandeiro, atabaque e berimbau, mas quando você vai a uma loja especializada, ou mesmo quando procura na Internet, quantos CD's de capoeira de mulher você já encontrou? Na melhor das hipóteses uns três ou quatro, todos da Carolina Soares, certo?

Exitem também músicas interpretadas por mulheres em CD's de grupos e coletâneas, mas a participação ainda é muito modesta.

Por que isso acontece? Não tenho resposta para esta pergunta, mas trouxe algumas hipóteses para a reflexão:

* Falta de interesse - Obviamente não é todo capoeirista que sonha em gravar um CD. Será que o número de mulheres capoeiras com este objetivo é simplesmente inexpressivo? Acho difícil acreditar nesta hipótese.

* Preconceito - Se a mulher sofria e ainda sofre preconceito ao entrar na roda, na bateria a resistência masculina sempre foi ainda mais rígida. Afinal é o berimbau que comanda a roda, e em muitos lugares, por muito tempo, era inadmissível uma mulher tocando o gunga. Será que esta postura "atrasou" a inclusão da mulher no campo musical da capoeira?

* Dificuldades diversas - A dificuldade em conciliar a capoeira com os cuidados com os filhos, com a casa e o trabalho fora também é uma hipótese válida. Com a vida atribulada a mulher pensa duas vezes antes de assumir mais uma tarefa, chegando até mesmo a abrir mão de um grande desejo.

É interessante pensar na questão, descobrir outras hipóteses, colocar o assunto em pauta. É possível que existam sonhos sendo sufocados e talentos desperdiçados.




E que Carolina Soares seja exemplo e inspiração para que a mulher capoeirista ultrapasse mais esta barreira.