segunda-feira, 13 de junho de 2011

Capoeira Inclusiva Estimula Crianças a Superar Limites


Capoeira Inclusiva CAPOEIRA INCLUSIVA ESTIMULA CRIANÇAS A SUPERAR LIMITES

Capoeira inclusiva. É um projeto desenvolvido no município de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza, que reúne crianças de escolas públicas e da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais

Por Rita Célia Faheina

Meninos e meninas se organizam numa roda, batem palmas, gritam, cantam e assim começa o jogo. O movimento das pernas e braços acompanha o som que vem do berimbau, do atabaque, do caxixi. Os pequenos capoeiristas se divertem e mostram habilidade nas acrobacias próprias do jogo. No grupo, crianças muito especiais: surdas, autistas, com paralisia, Síndrome de Down e deficiências múltiplas. A garotada pratica, há um ano, capoeira inclusiva, na sede da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Maranguape.

É um projeto pioneiro no Pais batizado com esse nome pelo professor Eraldo Gabriel de Sousa, o Mestre Beija-Flor. O sergipano fica no meio da roda das crianças orientando, incentivando e consegue tornar o jogo da capoeira igual para todos. "O nosso trabalho sempre é feito com a perspectiva da inclusão. Ajudamos as crianças no seu desenvolvimento psicomotor, no seu equilíbrio, afetividade e socialização. A capoeira inclusiva trabalha desde a consciência corporal até a elevação da auto-estima", diz Mestre Beija-Flor, que já deu cursos, palestras e aulas em várias cidades do Brasil divulgando esse projeto de harmonia social.

"Aqui (em Maranguape), a Secretaria da Educação acreditou no projeto e o adotou, especialmente a coordenadora do Núcleo de Educação Especial, a professora Virgínia Queiroz. AEstamos encerrando o contrato de um ano", relata Mestre Beija-Flor que, mesmo indo embora da cidade, deixa uma pessoa preparada para dar continuidade à capoeira inclusiva. Deu todas as orientações para Antonio Renato da Silva Oliveira, o Renato Gigante, que vai trabalhar com as crianças. Ao todo são 680 alunos de escolas municipais e da Apae de Maranguape.

A prática da capoeira inclusiva, segundo Eraldo Gabriel, já foi implantada em Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Alagoas, Minas Gerais, Pará, Maranhão e Rio Grande do Sul. No próximo mês, após o II Encontro Maranguapense de Capoeira Inclusiva, na sede da Apae, Mestre Beija-Flor segue para Manaus (AM). Depois, anuncia, viaja para Portugal e países da América Latina para difundir o projeto terapêutico.

A capoeira inclusiva é feita com pessoas cegas, surdas, com hidrocefalia, paralisia cerebral, déficit de aprendizagem e com idosos. "Queremos quebrar preconceitos, enfrentar as barreiras que essas pessoas encontram. Estimular uma cultura de paz. Esse projeto já foi levado para universidades, foi motivo de cursos, fóruns e palestras". Segundo ele, a capoeira estimula as crianças a vencerem seus próprios limites. Eraldo diz que, por onde anda, forma multiplicadores para que trabalhem a inclusão dentro das escolas.

Fonte: http://www.opovo.com.br/